

O Jornal Nacional acaba de divulgar uma nova pesquisa Ibope, encomendada pela Rede Globo e pelo Estadão — suponho que o jornal traga na edição de amanhã o detalhamento. Em relação à semana passada, nada mudou nos números no instituto no primeiro turno: Dilma permanece com 39%, e Serra, com 34%. No segundo turno, houve oscilação dentro da margem de erro, e a diferença numérica que era de 6 pontos passou a 5. Dilma oscilou dois pontos para baixo, de 46% para 44%, e Serra, um, de 40% para 39%.
Ah, sim: se a tal pesquisa Sensus estava certa, não é?, uma diferença de 10 pontos se reduziu à metade em um dia. Se é que vocês me entendem…
Boa parte da imprensa diária, hoje, ou está rendida ao Partido Único ou está com medo
Realmente não sei o que alguns analistas esperavam que a petista Dilma Rousseff fizesse no debate da Band para constatar que, bem…, ela perdeu o confronto com o seu principal oponente, o tucano José Serra.
Dilma se perdeu nas respostas? Muitas vezes. Estourou o tempo? Quase sempre. Engrolou incongruências? Com uma freqüência espantosa. Deixou de lado o tema em debate para se agarrar à generalidade do “nós somos melhores do que eles”? Foi seu único norte. Jogou dados errados no ar? Aos montes. Estava nervosa? Bem, ela abriu e fechou o programa consultando suas anotações: no começo, para poder dizer “boa-noite!”; no fim, para a saudação de despedida. Padeceu de aerofagia boa parte do tempo.
Quando propôs a Serra o embate direto “governo Lula X governo FHC”, ele a atropelou com a penúria dos portos, aeroportos e estradas e ainda chamou ao debate Antonio Palocci, admirador e continuador da política econômica do governo anterior. Ela não reagiu. Não obstante, alguns se aventuraram: como ela não foi um desastre, então ganhou. É um modo muito particular esse de ver as coisas: se não quebra a cara de modo vexaminoso, então é vitória? O que ela precisava fazer para perder além do que fez? Ter um surto psicótico no ar? É uma análise que ofende os telespectadores que assistiram ao debate — aliás, nem os petistas viram a coisa assim. Até os que estavam na platéia saíram muito insatisfeitos.
Os que não decretaram o “empate” — e, portanto, a vitória de Dilma (?) —preferiram, como destaquei ontem, a covardia explícita, declarando que o destaque do encontro foi Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL. Já analisei essa postura. Plínio foi o vencedor numa única coisa: ninguém disse tanta bobagem no ar como ele. Conseguiu ser desonesto intelectualmente até no embate com Dilma, que não é exatamente um primor em matéria de apego aos fatos. Ele certamente ficou muito animado e vai tentar repetir a sua performance ideológico-circense em outros encontros de que participar. No post abaixo deste, faço uma análise específica do “jornalismo e o fator Plínio”. Quero voltar ao leito principal agora.
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